lunes, 19 de octubre de 2009

VII MOSTRA PORTUGUESA

Simmmmmmmmmmm, a esperada mostra portuguesa chega a Madrid mais um ano. Desta vez teremos o prazer de assitirmos aos concertos de Rodrigo Leão, Cristina Branco y María Bersarte. Ainda não consegui o programa, mas acho que todas as informações vão ser divulgadas num blogue que a embaixada criou:

http://www.viimostraportuguesaemespanha2009.blogspot.com/

jueves, 15 de octubre de 2009

BEBEL GILBERTO EM MADRID

Bebel Gilberto estará no palco da sala Heineken no dia 27 de Outubro às 22 horas. Deixo uma música dela. Espero bem que desfrutem.

viernes, 28 de agosto de 2009

A CAPOEIRA

Olá pessoal! Neste primeiro escrito vou falar sobre um desporto tradicional e muito antigo no Brasil e que agora está sendo mais conhecido nestes últimos anos na Europa: a capoeira.
A gente quando está a ver uma “roda” de capoeira pensa, oh! Que bonita dança…mas não, a capoeira é mesmo uma arte marcial.

A capoeira é uma expressão cultural Afro-brasileira que mistura luta, dança, cultura popular, música. Desenvolvida no Brasil por escravos africanos e seus descendentes sendo esta caracterizada por golpes e movimentos ágeis e complexos. Uma característica que a distingue da maioria das outras artes marciais é o facto de ser acompanhada por música.
A palavra capoeira é originário do Tupi e refere-se às áreas de mata rasteira do interior do Brasil.

A historia da Capoeira remonta-se até o sécuo XVI no cual Portugal enviou esclavos para Brasil, provenientes da ÁfricaOcidental. A capoeira foi desenvolvida pelos esclavos do Brasil como forma de elevar o seu moral, transmitir a sua cultura e principalmente como forma de resistir aos seus escravizadores, geralmente era praticada nas capoeiras, e a noite nas senzalas onde os escravos ficavam acorrentados pelos braços, o que explica o fato de a maioria dos golpes serem desferidos com os pés, foi também muito praticada nos quilombos, onde os escravos fugitivos tinham liberdade para expressar sua cultura.


Em 1932, O Mestre Bimba fundou a primeira academia de capoeira do Brasil em Salvador de Bahía. O Mestre Bimba acrescentou movimentos de artes marciais e desenvolveu um treinamento sistemático para a capoeira, estilo que passou a ser conhecido como Regional. Em contraponto, o Mestre Bimba pregava a tradição da capoeira com um jogo matreiro, estilo que passou a ser conhecido como Angola. Da dedicação desses dois grandes mestres, a capoeira deixou de ser marginalizada, e se espalhou da Bahía para todos os estados brasileiros.


A música é um componente fundamental da capoeira. Foi introduzida como forma de enganho aos escravizadores, fazendo-os acreditar que os escravos estavam dançando e cantando, quando na verdade também estavam treinando golpes para se defenderem. Ela determina o ritmo e o estilo do jogo que é jogado durante a roda de capoeira. As canções de capoeira têm assuntos dos mais variados. Algumas canções são sobre histórias de capoeiristas famosos, outras podem falar do cotidiano de uma lavadeira. Algumas canções são sobre o que está acontecendo na roda de capoeira, outras sobre a vida ou um amor perdido, e outras ainda são alegres e falam de coisas tolas, cantadas apenas para se divertir. Os capoeiristas mudam o estilo das canções frequentemente de acordo com o ritmo do berimbau (http://www.brasilcapoeira.ch/images_neutras/musicas.pdf). Os instrumentos são tocados numa linha chamada bateria. O principal instrumento é o berimbau, que é feito de um bastão de madeira envergado por um cabo de aço em forma de arco e uma cabaça usada como caixa de reverberação. Os outros instrumentos são: pandeiro, atabaque, caxixi e com menos frequência o ganzá e o agogô.

A roda de capoeira é um círculo de pessoas em que é jogada a capoeira. Os capoeiristas se perfilam na roda de capoeira batendo palma no ritmo do berimbau e cantando a música enquanto dois capoeiristas jogam capoeira. O jogo entre dois capoeiristas pode terminar ao comando do capoeirista no berimbau ou quando algum capoeirista da roda entra entre os dois e inicia um novo jogo com um deles.
Em geral a capoeira não busca destruir o oponente, porém contusões devido a combates mais agressivos não são raras. Entretanto, de maneira geral o capoeirista prefere mostrar sua superioridade "marcando" o golpe no oponente sem no entanto completá-lo. Se o seu oponente não pode evitar um ataque lento, não existe razão para utilizar um golpe mais rápido.
A ginga é o movimento básico da capoeira, é um movimento de pernas no ritmo do toque que lembra uma dança, porém capoeiristas experientes raramente ficam gingando pois estão constantemente atacando, defendendo, e "floreando" (movimentos acrobáticos). Além da ginga são muito comuns os chutes em rotação, rasteiras, golpes com as mãos, cabeçadas, esquivas, saltos, mortais, giros apoiados nas mãos e na cabeça, movimentos acrobáticos e de grande elasticidade e movimentos próximos ao solo.

Muito ligadas á capoeira encontran-se o batuque, macúlele (dança com paus), puxada de rede e samba de roda.

miércoles, 1 de julio de 2009

Sophia de Mello


Hoje há cinco anos da sua morte.Morreu ela e morreram um pouco as coisas onde mora a poesia...


CASA BRANCA


Casa branca em frente ao mar enorme,
com o teu jardim de areia e flores marinhas
e o teu silêncio intacto em que dorme
o milagre das coisas que eram minhas.

A ti eu voltarei após o incerto
calor de tantos gestos recebidos
passados os tumultos e o deserto
beijados os fantasmas, percorridos
os murmúrios da terra indefinida.

Em ti renascerei num mundo meu
e a redenção virá nas tuas linhas
onde nenhuma coisa se perdeu
do milagre das coisas que eram minhas.

Sophia de Mello Breyner Andresen, do livro Poesia (editora Caminho)

Deixo-vos também esta música: http://www.youtube.com/watch?v=wgjnCjmdyZQ&feature=related

martes, 30 de junio de 2009

Ana Carolina lê "Só de Sacanagem" de Elisa Lucinda

Meu coração está aos pulos!

Quantas vezes minha esperança será posta à prova?

Por quantas provas terá ela que passar? Tudo isso que está aí no ar, malas, cuecas que voam entupidas de dinheiro, do meu, do nosso dinheiro que reservamos duramente para educar os meninos mais pobres que nós, para cuidar gratuitamente da saúde deles e dos seus pais, esse dinheiro viaja na bagagem da impunidade e eu não posso mais.

Quantas vezes, meu amigo, meu rapaz, minha confiança vai ser posta à prova?

Quantas vezes minha esperança vai esperar no cais?

É certo que tempos difíceis existem para aperfeiçoar o aprendiz, mas não é certo que a mentira dos maus brasileiros venha quebrar no nosso nariz.

Meu coração está no escuro, a luz é simples, regada ao conselho simples de meu pai, minha mãe, minha avó e os justos que os precederam: "Não roubarás", "Devolva o lápis do coleguinha", "Esse apontador não é seu, minha filha". Ao invés disso, tanta coisa nojenta e torpe tenho tido que escutar.

Até habeas corpus preventivo, coisa da qual nunca tinha visto falar e sobre a qual minha pobre lógica ainda insiste: esse é o tipo de benefício que só ao culpado interessará. Pois bem, se mexeram comigo, com a velha e fiel fé do meu povo sofrido, então agora eu vou sacanear: mais honesta ainda vou ficar.

Só de sacanagem! Dirão: "Deixa de ser boba, desde Cabral que aqui todo mundo rouba" e vou dizer: "Não importa, será esse o meu carnaval, vou confiar mais e outra vez. Eu, meu irmão, meu filho e meus amigos, vamos pagar limpo a quem a gente deve e receber limpo do nosso freguês. Com o tempo a gente consegue ser livre, ético e o escambau."

Dirão: "É inútil, todo o mundo aqui é corrupto, desde o primeiro homem que veio de Portugal". Eu direi: Não admito, minha esperança é imortal. Eu repito, ouviram? Imortal! Sei que não dá para mudar o começo mas, se a gente quiser, vai dar para mudar o final!

jueves, 25 de junio de 2009

Balada da Fábula Urbis. Um presente para nós.


O meu grande amigo e poeta José do Carmo Francisco, depois de ler este blogue e ver a fotografia do cabeçalho, escreveu esta balada com janelas, Lisboa e miradouros.É para nós, janelantes...

Obrigada, José, e até Agosto!


Balada da Fábula Urbis

Na antiga marcenaria
Numa das sete colinas
Há um lugar de poesia
Numa casa sem esquinas

No gaveto de duas ruas
Sobreloja, boas vistas
Uma hora vale por duas
No roteiro dos turistas

Um piano e uma guitarra
Personagens num estrado
A música alcança a barra
Do Tejo que passa ao lado

Na passagem das figuras
As coisas mais importantes
São as rodas das viaturas
E os livros nestas estantes

Para quem já perdeu a fé
Ou apanhou grande susto
Senta-se e bebe um café
Ajuda o comércio justo

Nas janelas de Lisboa
Entre vozes de vizinhas
Na roupa a secar à toa
Há gatos e cuequinhas

Já passou um amarelo
A caminho dos Prazeres
Na direcção do Castelo
Ouvi risos de mulheres

Vozes puras, de cristal
Miradouro da alegria
São sonhos de Portugal
Na porta da Livraria

José do Carmo Francisco



José do Carmo Francisco (Portugal, 1951), foi Prémio Revelação da Associação Portuguesa de Escritores com o livro "Iniciais". É secretário da Associação Portuguesa de Críticos Literários.
Autor dos livros: "Iniciais" (1981), "Universário" (1982), "Transporte Sentimental" (1987), "Jogos Olímpicos" (1988), "1983 - Um resumo" (1991), "Leme de luz" (1993), "Mesa dos Extravagantes" (1997), "As emboscadas do esquecimento" (1999), "De súbito" (2001), "Os guarda-redes morrem ao Domingo" (2002), "O Saco do Adeus" (2003), "Pedro Barbosa, Jesus Correia, Vítor Damas e outros retratos" (2005) y "Mansões abandonadas" (2007).

Luso-risos

Risos com Gato Fedorento pelo novo aeroporto internacional de Lisboa em...Bragança!

http://www.youtube.com/watch?v=82ZLjEkifBY&feature=fvsr